No
aguardo de ser contemplado com uma vaga no núcleo duro do governo, o
presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), considerou, hoje, que a
candidatura à reeleição do atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia
(DEM-RJ), tem se consolidado nos últimos dias. O nome de Maia também
conta com o apoio "velado" da cúpula do Palácio do Planalto. A disputa
pelo comando da Casa, assim como a do Senado, foram temas de conversas
realizadas entre o tucano e o presidente Michel Temer em encontro no
Palácio do Planalto.
"Em relação à Câmara as conversas estão em andamento. É a bancada da
Câmara que irá se manifestar, mas vejo hoje ganhando consistência a
candidatura do atual presidente Rodrigo Maia", disse Aécio após deixar o
gabinete de Temer.
"Vejo no Senado um quadro de maior tranquilidade devendo caber ao
PMDB a indicação do nome para a presidência. Cabendo ao PSDB a segunda
escolha por ser a segunda maior bancada. Vamos reunir a bancada na
última semana de janeiro para definir essas posições. Muito
provavelmente caberá ao PSDB a condução da Comissão de Assuntos
Econômicos, vital para essa agenda econômica e de reformas", ressaltou.
As conversas de Aécio com Temer ocorreram em meio a articulações do
tucano para conseguir emplacar aliados em postos estratégicos do Senado e
no governo. As movimentações ocorrem pouco menos de um mês de o senador
conseguir estender o mandato na presidência do PSDB por mais um ano. A
manutenção no comando da legenda, confirmada no último dia 15 de
dezembro, contou com o aval da maioria da Executiva do partido.
No tabuleiro montado, de olho na disputa presidencial de 2018, devem
ser contemplados em postos de destaque nomes de peso do partido como o
atual líder do Senado, Cássio Cunha Lima (PB), o vice-presidente da
legenda e senador Tasso Jereissati (CE), o ex-líder do Senado Paulo
Bauer (SC).
Todos fazem parte do núcleo mais próximo do senador mineiro, que
trabalha internamente para ser o nome escolhido da legenda para a
próxima corrida pela Presidência da República. Também estão no páreo o
governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o ministro de Relações
Exteriores, José Serra.
No desenho rascunhado por Aécio, Cunha Lima ocupará a
vice-presidência do Senado, Paulo Bauer será conduzido para a liderança
da bancada e Tasso Jereissati, para o comando da CAE. Para tirar essa
estratégia do papel, segundo a reportagem apurou, as conversas entre
Temer e Aécio também serviram para aparar possíveis arestas deixadas por
declarações de Cássio Cunha Lima de que o atual governo não chegaria ao
final.
Além dos três senadores, Aécio aguarda uma confirmação da indicação
do deputado Antônio Imbassahy (PSDB-BA) para a Secretaria de Governo. A
nomeação do deputado, que faz parte do grupo do senador mineiro, deve
ocorrer apenas após a eleição para a presidência da Câmara, prevista
para o próximo dia 2 de fevereiro.
Na coletiva de imprensa, Aécio disse que o deputado estava à
disposição do governo. "Não foi assunto da conversa de hoje, mas essa
foi uma questão tratada ainda no ano passado quando a questão avançou.
Acredito que no momento oportuno, o tempo é do presidente, o deputado
Imbassahy poderá estar à disposição do governo."
O senador também defendeu o avanço das reformas encaminhadas pelo
governo no fim do ano passado ao Congresso e reafirmou o apoio ao
presidente Temer. "Vim reiterar ao presidente esse compromisso de que o
PSDB será, como tem sido até aqui, um aliado do Brasil. Apoiar o governo
Temer hoje a meu ver é um ato de responsabilidade para com o Brasil. Em
2018, obviamente a partir de uma decisão da maioria da população,
viveremos uma nova etapa que permita de forma definitiva sair do
calabouço no qual as irresponsabilidades dos sucessivos governos do PT
colocaram o Brasil", afirmou.