Foto: STF
A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, manifestou pesar pela morte da vereadora Marielle Franco (Psol-RJ), na sessão plenária realizada nesta quinta-feira (15). A ministra afirmou que, se há algo democrático, no pior sentido, é o preconceito contra as mulheres. “Todas as indignidades, injustiças e preconceitos fazem com que a gente tenha é coragem para lutar mais, para que a Constituição possa ser lida por homens e mulheres com a igual certeza da eficácia dos direitos ali postos”, afirmou indignada. Para ela, o assassinato da vereadora, “de forma crua, perversa e cruel, faz com que a gente tenha que ter muita força para continuar a acreditar num marco de humanidade do período que estamos vivendo”. Em uma manifestação pelo Twitter do STF, a ministra exaltou a luta da vereadora pela Justiça e igualdade. Outros ministros presentes à sessão também fizeram questão de demonstrar indignação em razão do assassinato da vereadora. O ministro Edson Fachin manifestou o desejo de que o silêncio eloquente, coerente com a função jurisdicional, “seja audível contra todas as formas de violência”. Para o ministro Alexandre de Moraes, a vereadora foi alvo de toda série de discriminações e tornou-se vítima da mais cruel e covarde delas, “que é a eliminação física”. O ministro Luís Roberto Barroso chamou a atenção para a atual situação da cidade do Rio de Janeiro, a qual denominou de combinação medonha de desigualdade, corrupção e mediocridade. “A única homenagem que a gente pode prestar a quem luta por justiça e igualdade é continuar a luta por justiça e igualdade”, disse. A ministra Rosa Weber citou a saudação utilizada na Marcha Mundial das Mulheres. “Por nossas mortas, nenhum minuto de silêncio, mas uma vida inteira de dor. Marielle, presente”, disse. O ministro Luiz Fux lamentou que a tragédia no Rio tenha acontecido em um momento em que “o universo feminino ascende como a melhor luz no fim do nosso túnel”. O ministro Ricardo Lewandowski afirmou que o atual clima de violência, ódio e intolerância no país não atinge apenas as mulheres negras, mas também as minorias. “Penso que é função ou até missão do STF estarmos atentos e contribuirmos para a solução deste grave problema e a pacificação de nosso país”, destacou. O ministro Gilmar Mendes lembrou que somente 8% dos homicídios ocorridos no Brasil são de fato solucionados. “Esses episódios se repetem, e temos que pensar nesse tipo de questão”. O vice-procurador-geral da República, Luciano Mariz Maia, também se manifestou sobre o assassinato da vereadora. “Uma semana após a celebração do Dia Internacional da Mulher acordamos atingidos pelas balas que mataram Marielle e atingem em cheio a democracia”, disse. “Se a ela tentaram calar e derrubar, devem saber que não se pode deter o rumo da história e a história significa a força da mulher para ter o reconhecimento da sua igualdade”, declarou.