Ex-governador está preso
acusado de corrupção, organização criminosa e prestação falsa das contas
eleitorais. Ele nega acusações. Ex-ministro foi preso na mesma operação
que prendeu Garotinho.
Renan Ramalho, G1, Brasília
O
ministro Gilmar Mendes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral
(TSE), mandou soltar nesta quarta-feira (20) o ex-governador do Rio de
Janeiro Anthony Garotinho e o ex-ministro Antonio Carlos Rodrigues,
presidente do PR, mesmo partido de Garotinho.
Anthony Garotinho e a mulher, a ex-governadora Rosinha Matheus, foram presos no mês passado em ação da Polícia Federal que investiga crimes eleitorais. Os dois negam a prática de crimes.
A
soltura foi determinada por Gilmar Mendes na condição de presidente do
Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Como presidente, ele trabalha de
plantão durante o recesso do Judiciário, que começou nesta quarta e vai
até o fim de janeiro.
Gilmar Mendes também mandou soltar o ex-ministro dos Transportes Antonio Carlos Rodrigues, presidente do PR e ministro dos Transportes no governo Dilma Rousseff,
preso na mesma operação que Garotinho e suspeito de negociar com o
frigorífico JBS a doação de dinheiro oriundo de propina para a campanha
do ex-governador em 2014.
A
prisão de Garotinho foi baseada em investigação que apura os crimes de
corrupção, concussão, participação em organização criminosa e falsidade
na prestação das contas eleitorais.
A
PF diz que a JBS firmou contrato fraudulento com uma empresa sediada em
Macaé para a prestação de serviços na área de informática.
De
acordo com as investigações, os serviços não foram prestados e o
contrato, de aproximadamente R$ 3 milhões, serviria apenas para o
repasse irregular de valores para a utilização nas campanhas eleitorais.
Na
decisão, Gilmar Mendes considerou que a Justiça Eleitoral do Rio de
Janeiro não indicou nenhuma conduta atual de Garotinho que revele
tentativa de cometer novos crimes, prejudicar a investigação ou fugir,
condições para decretar uma prisão preventiva – imposta antes de
qualquer condenação do investigado.
Ele
usou os mesmos argumentos para determinar a soltura de Antonio Carlos
Rodrigues, ressaltando que os fatos ocorreram há mais de três anos.