Do G1
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, reiterou, hoje, ao
Supremo Tribunal Federal (STF) o pedido de bloqueio de R$ 4 milhões em
bens do senador Aécio Neves (PSDB-MG) e de sua irmã, Andrea Neves.
O objetivo é garantir recursos para eventual pagamento de indenização
e multa caso os dois sejam condenados pelos crimes de corrupção.
O senador e a irmã foram acusados por pedirem e receberem R$ 2
milhões do empresário Joesley Batista, dono da J&F. A PGR diz que o
dinheiro era propina para beneficiar o grupo com favores políticos. A
defesa de Aécio e Andrea diz que o montante era para pagar advogados.
O bloqueio de bens já havia sido negado em novembro pelo relator do
caso no STF, Marco Aurélio Mello. Ele entendeu que como ainda não há
sequer um processo penal aberto contra Aécio e a irmã, mas somente uma
denúncia, os dois têm a “presunção de inocência”.
A PGR argumenta haver indícios suficientes de que Aécio e Andrea
cometeram crimes e por isso pede o bloqueio para evitar que o valor seja
perdido ao longo do processo.
“A certeza da materialidade do crime de corrupção passiva e indícios
robustos de sua autoria por parte de Aécio e Andrea Neves”, diz a
procuradora-geral, ressaltando haver provas com filmagens, gravações e
interceptações telefônicas dos contatos entre o senador, a irmã e o
Joesley Batista.