O
ex-ministro já admite que não terá muito tempo em liberdade, mas disse
que jamais fará delação premiada nem acusará o ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva
O Estado de S.Paulo - Vera Rosa
Condenado
a 30 anos e 9 meses de prisão, José Dirceu já admite que não terá muito
tempo em liberdade, mas disse que jamais fará delação premiada nem
acusará o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Eu não me chamo
Antonio Palocci”, afirmou o ex-ministro da Casa Civil, em recente
conversa com amigos.
Ao
saber nesta terça-feira, 26, que o ex-ministro da Fazenda pediu
desfiliação do PT em carta provocativa, na qual pergunta se o partido
virou “uma seita guiada por uma pretensa divindade”, Dirceu não mostrou
surpresa. Não é de hoje que ele vem dizendo que Palocci não resistiria
ao cárcere e entregaria Lula para se salvar.
Desde
que presidia o PT, Dirceu nunca confiou no homem escolhido pelo então
presidente para comandar a economia. Lula, porém, sempre preferiu
Palocci e, não fosse o escândalo da quebra do sigilo do caseiro
Francenildo Costa, seria ele – e não Dilma Rousseff – o candidato do PT à
Presidência, em 2010.
Dirceu
está escrevendo sua biografia e promete contar bastidores do poder, mas
já avisou que quem espera alguma revelação bombástica pode tirar o
cavalinho da chuva. “Tenho fidelidade canina a Lula”, costuma dizer. No
último dia 6, quando Palocci afirmou, em depoimento ao juiz Sérgio Moro,
que Lula recebia propinas, Dirceu – visto como “guerreiro” no PT –
enviou a amigos uma mensagem sem meias-palavras. “Só luta por uma causa
quem tem valor. Os que brigam por interesse têm preço”, reagiu ele.