Dirigentes,
parlamentares e ex-integrantes dos governos petistas evitaram comentar
as novas acusações de Palocci. Sob a condição de anonimato, no entanto,
muitos admitem que as punições internas ao ex-ministro foram um “tiro no
pé”, uma vez que deram a Palocci mais um palco para disparar contra
Lula e o partido. Quase todos demonstraram indignação com o que
consideram uma “traição” do ex-ministro.
Para
parte dos líderes petistas, a carta de Palocci é mais um elemento a
dificultar a participação de Lula na eleição de 2018. Alguns descreveram
o ataque do ex-ministro como o mais duro já sofrido pelo partido
justamente por ter vindo de um de seus principais quadros.
Visto
inicialmente com desconfiança por parte do PT – que o considerava de
“direita” por privatizar serviços públicos quando foi prefeito de
Ribeirão Preto –, Palocci herdou o posto de coordenador do programa de
Lula na campanha de 2002 após o assassinato de Celso Daniel. Rapidamente
se tornou um dos principais nomes do governo petista, no qual
desempenhou a função de fiador nos setores bancário e empresarial.
Vários
petistas ouvidos pela reportagem disseram que Palocci verbaliza
avaliações internas de setores do partido como o suposto uso do nome de
Marisa Letícia pela defesa de Lula, e dá verossimilhança a acusações já
conhecidas como a da reunião com Dilma, Palocci e o ex-presidente da
Petrobrás José Sergio Gabrielli na biblioteca do Palácio da Alvorada.
Mas dizem que Palocci “manipulou a verdade” em sua defesa.