A perícia da Polícia Federal concluiu que não houve edição nas
gravações feitas pelo dono da JBS Joesley Batista em conversa com o
presidente Michel Temer. Segundo informações do jornal O Globo, os
peritos apontaram 200 interrupções no áudio feito no dia 7 de março no
Palácio do Jaburu. As "descontinuidades" foram justificadas pelas
características técnicas do gravador utilizado. O equipamento possui um
microfone sensível ao som ambiente. Ele é acionado automaticamente
quando identifica um som, mas também para em momentos de silêncio. Em
entrevista ao G1, o advogado de Temer, Antonio Claudio Mariz de
Oliveira, alegou que ainda precisa ter acesso ao material da PF, mas que
a perícia "não é uma verdade" absoluta. "Se existe um laudo dizendo que
não houve manipulação, existem outros três dizendo que houve. É uma
questão de análise e de julgamento final da autoridade responsável",
contestou Mariz. A perícia faz parte do inquérito que investiga Temer e o
seu ex-assessor, Rodrigo Rocha Loures. A gravação pode apontar a
existência do crime de obstrução de Justiça. Eles também são
investigados por corrupção passiva e organização criminosa. Na semana
passada, um relatório parcial da PF já apontou indícios, “com vigor”, de
corrupção passiva envolvendo o presidente.