Janot pede mais 60 dias para investigações contra Aécio com base na Odebrecht
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu a
prorrogação por 60 dias do prazo para a conclusão das investigações no
âmbito de dois inquéritos instaurados contra o senador afastado Aécio
Neves (PSDB-MG) com base na delação da Odebrecht. Um dos casos diz
respeito à acusação de que o então senador Aécio Neves recebeu em 2014
valores indevidos pelo grupo Odebrecht para a sua campanha eleitoral. De
acordo com delatores, os pagamentos teriam sido feitos de forma
dissimulada por meio de contratos fictícios firmados com a empresa PVR
Propaganda e Marketing Ltda. "O prazo inicial concedido de 30 dias para
conclusão da investigação mostrou-se insuficiente para apuração adequada
dos fatos, razão pela qual a autoridade policial requereu a sua
prorrogação. O pedido da autoridade policial merece acolhida, haja vista
existirem diversas medidas investigatórias ainda pendentes", escreveu o
procurador-geral da República. No outro inquérito, Aécio é investigado
por ter solicitado, segundo delatores, o pagamento de vantagens
indevidas para a campanha eleitoral de Antônio Anastasia (PSDB-MG) ao
governo de Minas Gerais em 2010. Delatores revelaram que, a pedido de
Aécio, pagaram R$ 5,4 milhões em "vantagens indevidas" para a campanha
de Anastasia. Aécio nega as acusações. Em ambos os casos, o
procurador-geral não vislumbrou conexão nos fatos narrados pelos
delatores da Odebrecht com a Operação Lava Jato e solicitou a
redistribuição dos inquéritos, que atualmente estão sob a relatoria do
ministro Edson Fachin. Janot ressaltou, no entanto, que os dois
inquéritos em questão devem ficar com o mesmo relator.