MPF
emite pareceres contrários à concessão de habeas corpus para Eduardo
Cunha e Henrique Eduardo Alves. Para o Ministério Público Federal na 5ª
Região, soltura do ex-deputado federal e do ex-ministro do Turismo
implicaria em 'risco efetivo à ordem pública'.
Eduardo Cunha e Henrique Alves (Foto: Adriano Machado/Reuters e Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
Do Portal G1 - PE
O Ministério Público Federal (MPF) na 5ª Região emitiu, nesta sexta-feira (16), pareceres contrários à concessão de habeas corpus para o ex-ministro Henrique Eduardo Alves (PMDB) e o ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB), que tiveram prisão preventiva decretada pela Justiça Federal do Rio Grande do Norte.
De acordo com o documento emitido pelo MPF-5, há indícios de que os
dois réus praticaram os crimes de corrupção e lavagem de dinheiro de
forma continuada.
A
defesa de ambos havia solicitado a revogação da prisão preventiva ao
Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5), unidade da Justiça
Federal com sede no Recife para
processos que tramitam em seis estados no Nordeste, incluindo o Rio
Grande do Norte. Segundo o MPF, a manutenção da prisão preventiva dos
dois ex-parlamentares é necessária para evitar a continuidade de
práticas ilícitas e assegurar a efetividade da aplicação das leis
penais.
Ainda
de acordo com o órgão, o ex-deputado e ex-ministro do Turismo Henrique
Alves, se solto, poderia manipular eventuais provas de crimes que
cometeu, como ocultação de quantias ilícitas no exterior. Para o MPF, a
manutenção da prisão preventiva de Henrique Alves tem o objetivo de
evitar uma possível fuga para outro país, já que ele realizou viagens
internacionais nos últimos anos e “tem a seu favor a logística
necessária para ausentar-se do país”.
No
caso de Eduardo Cunha, o MPF entende que o ex-deputado está ligado à
prática de “crimes em série contra a administração pública e de lavagem
de dinheiro, sempre envolvendo vultuosas quantias”. Sendo assim, o órgão
concluiu que o pedido de revogação da prisão preventiva é inviável,
porque implicaria em um risco efetivo à ordem pública.
Respostas
O G1 procurou a defesa do ex-deputado Eduardo Cunha e, por telefone, o advogado Ticiano Figueiredo explicou que a posição do MPF já era esperada. “A própria argumentação do parecer demonstra a desnecessidade da prisão e do uso excessivo desse tipo de medida cautelar na Operação Lava Jato”, afirmou.A reportagem tentou entrar em contato com a defesa do ex-ministro Henrique Eduardo Alves, mas não obteve retorno às ligações.