Impeachment ainda tem um longo caminho a ser percorrido
Apesar
de a derrota no TCU (Tribunal de Contas da União) fortalecer o
movimento da oposição pró-impeachment, há um longo caminho a ser
percorrido. O governo ainda tem as suas armas para reagir.
O
TCU recomendou ao Congresso a rejeição das contas de 2014 do governo
Dilma. Esse parecer é visto pela oposição como um argumento para dar
viabilidade jurídica a um eventual impeachment, mas o debate é
eminentemente político.
A
primeira atitude do governo é pedir socorro ao presidente do Senado,
Renan Calheiros (PMDB-AL), para engavetar ou adiar ao máximo a
apreciação das contas de 2014. Por ora, há uma decisão do STF (Supremo
Tribunal Federal) que deixa nas mãos de Renan o poder de escolher o
momento de votar essas contas.
Antes,
porém, há uma batalha na Comissão de Orçamento, que vai analisar a
recomendação do TCU. Portanto, o principal caminho para o governo é
político. É obter mais votos na Câmara e não perder apoio no Senado a
fim de enfrentar as votações necessárias e resolver os problemas de uma
vez.
Dificilmente
haverá sucesso numa estratégia via STF neste momento. A tendência é o
Supremo dizer que se trata de assunto interno do Congresso, pois o que
existe é uma recomendação de rejeição do TCU, que é órgão auxiliar do
Legislativo.
Em
resumo: é a política, estúpido, diriam os americanos sobre o Brasil de
hoje. A presidente Dilma Rousseff precisa fazer política. E isso
significa arrumar votos no Congresso e organizar politicamente as
prioridades do governo. Do contrário, correrá o risco de perder o poder e
de continuar com um administração paralisada, um governo que não
governa.