O ex-deputado federal e ex-presidente do PP (Partido Progressista)
Pedro Corrêa, preso pela Operação Lava Jato, decidiu negociar um acordo
de delação premiada com o Ministério Público Federal para colaborar com
as investigações e obter redução de pena.
Se o objetivo de Corrêa for alcançado, ele será o primeiro político
investigado por suspeita de envolvimento com o esquema de corrupção
descoberto na Petrobras a se tornar delator.
Corrêa disse a pessoas próximas que está disposto a revelar uma
extensa lista de crimes, que pode envolver dezenas de políticos e levar a
Operação Lava Jato a novos ministérios e estatais.
Corrêa também promete oferecer aos procuradores da Lava Jato detalhes
sobre as indicações políticas para cargos em órgãos do governo federal e
a distribuição da propina do esquema a congressistas.
Condenado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) por seu envolvimento
com o mensalão em 2012, o ex-deputado tem dito que também poderia fazer
revelações sobre o esquema, que distribuiu dinheiro a parlamentares em
troca de apoio ao governo no Congresso no início do primeiro mandato do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010).
Ontem, Corrêa prestou depoimento à Justiça Federal em um dos
processos da Lava Jato e disse que seus familiares não têm qualquer
envolvimento com os fatos investigados no caso.
Segundo o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor da Petrobras Paulo
Roberto Costa, delatores da Lava Jato, Corrêa recebia pagamentos mensais
do esquema e era um dos líderes do PP que decidiam como distribuir os
recursos destinados ao partido.
Segundo Costa, ele recebeu R$ 5,3 milhões só na campanha eleitoral de
2010. Sua filha, a ex-deputada Aline Corrêa (PP-SP), também recebia
pagamentos mensais do esquema, de acordo com Youssef.