Dois
meses após a Fifa confirmar, em abril de 2013, que Ricardo Teixeira
recebeu R$ 26 milhões em propina de uma empresa de marketing esportivo
(fato que ele negou à época), a Receita Federal decidiu realizar ampla
investigação contra o ex-presidente da CBF por suspeita de sonegação de
tributos.
Juntamente
com a determinação de fiscalização, a Receita expediu pedido de medida
cautelar contra o ex-dirigente do futebol brasileiro. Esse tipo de instrumento é adotado somente em casos graves e normalmente ocorre quando o débito com o fisco supera R$ 2 milhões. No mesmo mês, o processo contra Teixeira foi arquivado, o que indica que o ex-chefe da CBF pagou a multa. A reportagem procurou o advogado José Mauro Couto, que representa Teixeira, desde terça-feira (2). Mas ele não ligou de volta.
No
mesmo ano em que se mudou para os EUA, ele comprou uma mansão por US$
7,4 milhões (cerca de R$ 22 milhões hoje), num condomínio na baía de
Biscayne.
Com
dois andares, sete quartos e 600 metros quadrados de área construída, a
casa conta com marina particular. O ex-presidente da CBF era visto
facilmente pelas ruas da cidade de Miami dirigindo carros de luxo.
Ele tinha também o hábito de navegar num barco de 68 pés avaliado em cerca de R$ 6 milhões.
Não
há nada de irregular em manter propriedades e recursos no exterior,
desde que corretamente declarados à Receita no Brasil. Teixeira teme
perder a mansão no decorrer da investigação americana.
Em
2013, Teixeira voltou a morar no Brasil, mas deixou o país pouco antes
do início da Copa do Mundo de 2014, por receio de ser alvo de protestos.
Em abril deste ano, ele fez nova mudança. Viajou para o Uruguai e lá
registrou seu domicílio fiscal.