O
senador José Sarney (PMDB-AP) fez hoje seu último discurso na tribuna
do Senado. Embora seu mandato encerre apenas no dia 1º de fevereiro,
Sarney aproveitou o último dia com maior presença de senadores para sua
despedida após 60 anos ocupando cargos públicos.
“Levo o fato de
ser o senador, o parlamentar mais longevo da história política do País.
São 60 anos”, disse ao iniciar o discurso. Na fala, Sarney aproveitou
para lembrar fatos históricos e defender temas atuais, como a reforma
política, mudanças no controle das empresas estatais e na legislação
penal para diminuir a violência no país.
Ex-presidente da
República e ex-governador do Maranhão, Sarney disse que se arrepende de
ter voltado ao Congresso depois que deixou o Palácio do Planalto e
defendeu que o Brasil se torne um país parlamentarista. “Eu também tenho
um arrependimento – até fazendo um mea culpa: penso que é preciso
proibir que os ex-presidentes ocupem qualquer cargo público, mesmo que
seja cargo eletivo”, disse.
“Já expressei
minha convicção de que precisamos caminhar a passos mais largos para o
parlamentarismo. O parlamentarismo é uma forma mais alta, nas crises que
a democracia sempre tem, cai o governo mas não se cria a crise
institucional de cair o presidente, de termos o trauma de se fazer
aquilo que o povo já fez, que é a Presidência da República”,
complementou.
Ainda sobre crises
institucionais, o senador fez referência ao delicado momento vivido
pelo governo em meio à crise da Petrobras e lembrou que já apresentou há
anos um projeto de lei para criar um Estatuto das Estatais. Segundo
ele, seu último legado ao Senado será reapresentar a proposta.