terça-feira, 27 de março de 2018

Lula virou aliado involuntário de Eduardo Cunha



Josias de Souza

Numa evidência de que a união faz a farsa, Lula e Eduardo Cunha foram unidos pelo drama penal. Na mesma sessão, o tribunal Regional Federal da 4ª Região indeferiu nesta segunda-feira recursos de Lula e de Cunha contra as respectivas condenações na Lava Jato. Agora, Cunha enxerga Lula como um poderoso aliado involuntário.
Preso preventivamente há cerca de um ano e cinco meses, Cunha vive a síndrome de permanecer atrás das grades como condenado. Pega em lanças para evitar que Sergio Moro autorize o início da execução de sua pena, fixada por ora em 14 anos e 6 meses de cadeia.
Execrado pelo PT, que lhe atribui o papel de protagonista do impeachment de Dilma Rousseff, Cunha torce para que o Supremo Tribunal Federal defira o habeas corpus em que Lula pede para não ser encarcerado. Os advogados de Cunha avaliam que uma vitória de Lula na Suprema Corte, em 4 de abril, abriria brecha para que o ex-presidente da Câmara reivindicasse o “direito” de também recorrer em liberdade aos tribunais superiores.


A exemplo de Lula, Cunha sustenta que sua condenação é fruto de “perseguição”. Mais uma evidência de que, em política, o sujeito nunca está tão próximo que amanhã não possa estar distante, nem tão distante que amanhã não possa se aproximar. Logo, logo os amigos do algoz de Dilma mandarão confeccionar camisetas com a seguinte mensagem: “Somos todos Lula e Cunha”.