Durante protesto em São Paulo
Folha de S. Paulo - Ana Luiza Albuquerque e José Marques
"O
país só tem um jeito: é a gente ter uma eleição direta e eleger um
presidente que tenha coragem de olhar na cara do povo". A declaração foi
feita pelo ex-presidente Lula na noite desta quinta-feira (20), em
discurso durante ato em defesa de sua candidatura em 2018, na avenida
Paulista.
A
manifestação fechou as quadras da via próximas ao Masp e contou com
membros de movimentos como o MTST, MST e centrais sindicais.
Durante
sua fala, que durou 30 minutos, Lula disse que é necessário um novo
presidente "que não tenha preconceito, que defenda a soberania nacional e
que não tenha complexo de vira-lata".
"Temos
que preocupar nesse instante não é no que está acontecendo comigo,
temos que nos preocupar com o que está acontecendo neste país",
afirmou.
Cercado
de aliados que criticavam o juiz Sergio Moro e pediam que ele pudesse
concorrer nas próximas eleições, o petista voltou a repetir que, em seu
governo, os mais pobres foram incluídos no consumo e "subiram na escala
social".
"Quando
o pobre é incluído no mercado e no orçamento da União, a economia vai
crescer", afirmou. Para ele, essa é a solução para a economia "girar".
O
ex-presidente criticou os procuradores da Lava Jato e o juiz Sergio
Moro e se disse "mais honesto do que todos eles". "Como não conseguem me
derrotar na política, querem me derrotar por processo. Nenhum deles é
mais honesto do que eu nesse país."
Antes
de deixar o local, o ex-presidente desceu do carro de som, tirou fotos
com o público e abraçou crianças. Os organizadores prometem novos atos e
uma ida a Curitiba no dia do próximo depoimento de Lula a Moro, em
setembro.
SENADORA
Os manifestantes ocuparam a avenida ainda durante a tarde e criticaram as reformas trabalhista e da Previdência.
A
senadora Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT, e o senador
Lindberg Farias (PT-RJ), que disputaram o comando do partido, estiveram
presentes lado a lado no carro de som.
Lindberg
criticou Sergio Moro e xingou o presidente Michel Temer. A senadora
afirmou que os militantes estão se oferecendo para fazer vaquinha para
ajudar Lula a pagar a defesa e também fez uma série de críticas a Moro.