O presidente Michel Temer já articula uma nova data para a
votação da denúncia contra ele na Câmara dos Deputados. Segundo
informações da Folha de S. Paulo, o Palácio do Planalto acredita que não
haverá quórum na próxima quarta-feira (2) e defende a convocação de uma
nova sessão na segunda semana de agosto. A expectativa é que a bancada
de oposição se ausente do plenário para tentar obstruir a votação. É
necessária a presença de 342 deputados para o relatório aprovado na
Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) - contrário à denúncia -
começar a ser apreciado. Temer deseja que a votação aconteça logo pois
acredita que nenhuma reforma proposta pelo governo vai ser votada
enquanto a denúncia estiver na pauta da Câmara. Além disso, o presidente
tem receio que a divulgação do conteúdo das delações premiadas de Lúcio
Funaro e de Eduardo Cunha possa comprometer ainda mais a sua imagem.
Ainda segundo a Folha de S. Paulo, o Planalto acredita ter o voto de 257
deputados para barrar a denúncia. O presidente precisa do apoio de
apenas 172 dos 513 parlamentares para que a acusação de corrupção
passiva feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR) não chegue ao
Supremo Tribunal Federal (STF).