Maior colégio eleitoral do Sertão, com uma população em torno de 330
mil habitantes, Petrolina está mergulhada, hoje, num cenário
extremamente confuso em relação à sucessão do prefeito Júlio Lóssio
(PMDB). Em alta novamente na popularidade, nem Lóssio tem um candidato
já previamente escolhido, porque está refém da indefinição no PSB.
Liderado pelo senador Fernando Bezerra Coelho, o PSB virou um
tremendo saco de gatos. Imposto como presidente do diretório municipal
pelo pai, o deputado Miguel Coelho brigou com o deputado Lucas Ramos,
filho do conselheiro do TCE, Ranilson Ramos, porque, como o agora
desafeto, quer ser o candidato socialista com o apoio do governador
Paulo Câmara.
Se não bastassem as divergências entre Miguel e Lucas, outro
socialista de peso, o deputado federal Gonzaga Patriota, mandou avisar
ao diretório estadual que vai disputar a convenção do partido como
candidato a prefeito. Ainda no universo do PSB corre a versão de que o
deputado Odacy Amorim, hoje filiado ao PT, estaria de volta à legenda
socialista, a convite de Fernando Bezerra.
Neste caso, o candidato a prefeito do grupo do senador não seria o
filho Miguel, mas Odacy. Enquanto o PSB não se entende, quem vai
ocupando os espaços no município como pré-candidato do PTB a prefeito é o
deputado federal Adalberto Cavalcanti, cuja maior arma é a estrutura
para conquistar o voto fisiológico. Ele faz o serviço assistencialista
na periferia, com consultas médicas e oftalmológicas, na cara da justiça
eleitoral.
Para concorrer nesta área com Adalberto, Odacy partiu para atender à
população carente também com uma unidade móvel de saúde na periferia.
Adalberto Cavalcanti seria, hoje, segundo se comenta na cidade, um
candidato em potencial para enfrentar o nome escolhido pelo prefeito
Júlio Lóssio e também o candidato da família do senador Fernando
Bezerra.
Diante desta situação de indefinição de Odacy, a ex-deputado Isabel
Cristina já revelou, numa entrevista ao companheiro Edenevaldo Alves, da
Petrolina FM, que o PT terá candidato de todo jeito, seja o próprio
Odacy ou um quadro novo. O problema é que o partido está sem
alternativas.
Tem dois vereadores – Cristina Costa e Geraldo da Acerola – que não
se apresentam competitivos quanto Odacy. Na seara do prefeito, no caso
dele não se compor com o deputado Lucas Ramos, num cenário em que este
viesse a deixar o PSB, as opções domésticas repousam nos nomes do
secretário de Governo, Fernando Tolentino, e nos secretários Ednaldo
Lima (Habitação) e Lúcia Giesta (Saúde).
Fala-se ainda no Coronel Heitor Leite, secretário de Educação. O mais
provável, entretanto, é que o prefeito venha a se compor com o deputado
Lucas Ramos. Eles já iniciaram os entendimentos e foram colocadas na
mesa algumas alternativas partidárias para o parlamentar, caso ele não
recupere o controle do PSB perdido para Miguel Coelho. Entre as
legendas, a mais cogitada seria a do PSDB, por ter tempo de televisão e
já estar na base de apoio de Lóssio.