Os partidos da oposição divulgaram nota neste domingo (30) para
criticar o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que determinou o
arquivamento do pedido de investigação referente às contas da campanha da presidente Dilma Rousseff. "Causou
grande estranheza nas oposições os termos da decisão assinada pelo
procurador-geral", afirma a nota, assinada pelos deputados Rubens Bueno,
líder do PPS; Carlos Sampaio, líder do PSDB; Arthur Maia, líder do PSD;
e Mendonça Filho, líder do DEM. No comunicado, a oposição afirma que,
"não obstante os fortes indícios de irregularidades apontados, o
despacho do procurador parece querer dar lições ao TSE (Tribunal
Superior Eleitoral) e às oposições". Os parlamentares afirmam que, "no
processo eleitoral, eleitores, partidos, Justiça Eleitoral e
Procuradoria têm papéis distintos e complementares e é fundamental que
todos cumpram o que lhes cabe, com equilíbrio e isenção. 'Inconveniente'
seria se não o fizessem". A reação ocorre depois que Rodrigo Janot se
posicionou em relação ao pedido preliminar feito pelo ministro Gilmar
Mendes, vice-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), para
investigar as contas de campanha da presidente Dilma. Janot apontou a
"inconveniência" de a Justiça e o Ministério Público Eleitoral se
tornarem "protagonistas exagerados do espetáculo da democracia" e o
receio de uma "judicialização extremada". Para ele, os atores principais
do processo democrático devem ser "candidatos e eleitores". Os líderes
afirmam que "o TSE já formou maioria para investigar as graves denúncias
de ilícitos, alguns deles apontados não pelas oposições, mas por
colaboradores no bojo da Operação Lava Jato, que vem tendo como justo
'protagonista' exatamente o Ministério Público Federal, o que
justificaria ainda mais o avanço das investigações".