Se
o ministro da Integração, Fernando Bezerra Coelho, está largando o
cargo obedientemente feito um cão de guarda é evidente que já está
previamente acertado com o governador Eduardo Campos para ser o
candidato do partido a governador.
Se
alguém ainda tem dúvidas que comece a mudar de opinião. Candidato a
presidente da República, Eduardo não pode correr o risco de perder a
eleição para governador. Sendo assim, está descartada antecipadamente a
possibilidade de improviso.
No
Recife, o improviso deu certo, Geraldo Júlio foi eleito saindo de
traços nas pesquisas graças à força eleitoral do governador e ao natural
desgaste do PT.
Dois
anos depois, repetir essa jogada significa altíssimo risco,
principalmente porque, na disputa presidencial, Eduardo não terá tempo
de carregar o andor.
Pode
se transformar num santo de barro. Dos nomes do PSB que o governador
pode lançar mão não há outro mais forte do que o de Bezerra Coelho.
E
o que o governador precisa é ter um candidato competitivo, aguerrido,
que possa dar a ele a tranquilidade de entrar no processo presidencial
sem correr risco de sofrer um grande tropeço em seu Estado.
Se
eleito, Fernando não corresponder em termos de lealdade, isso é outro
problema. O que interessa para Eduardo é passar à história como o
governador que elegeu o sucessor, porque seria na prática o
reconhecimento da população ao seu duplo governo.
Além
disso, o adversário que está pintando – o senador Armando Monteiro Neto
(PTB) – é extremamente competitivo e, ganhando o apoio do PT, passa a
contar em seu palanque com duas potencias eleitorais: a boa avaliação do
Governo Dilma, que já superou a pior fase de desgaste e se encontra em
ascensão.
E
o ex-presidente Lula, eleitor mais influente do Estado, segundo
pesquisa do Instituto Opinião. O jogo de 2014, portanto, será de
campeonato e não amistoso.
Traduzindo:
mesmo com altíssimos índices de aprovação, apresentar um poste como
candidato a governador, sendo ao mesmo tempo candidato a presidente,
será o mesmo que dar um tiro no pé.