Principal liderança da Rede Sustentabilidade, a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva afirmou ontem (26) que a principal marca do governo da presidente Dilma Rousseff (PT) tem sido a do retrocesso ambiental, enquanto a do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi a inclusão social e a do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) a estabilidade econômica.
"É no governo dela que tiraram as
competências do Ibama para fiscalizar desmatamento e é no governo dela
que se aprovou uma lei para dar poderes a ela para diminuir as unidades
de conservação já criadas por outros governos", enumerou, para salientar
que "já foram diminuídos cerca de 86 mil hectares para favorecer o
licenciamento de hidrelétricas".
Marina lembrou ainda que na
gestão de Dilma "se mudou o Código Florestal para anistiar quem desmatou
ilegalmente 40 milhões de hectares de floresta". "Ela [Dilma] ainda tem
um ano e pouco para deixar sua própria marca e eu torço para que não
seja a marca do retrocesso ambiental", confessou a ex-senadora.
Ao
falar com os jornalistas, Marina tratou sua candidatura à Presidência
da República em 2014 apenas como "uma possibilidade" e ressalvou que não
quer fazer essa antecipação porque entende que é um erro antecipar a
campanha eleitoral para um ano que deveria ser de debate de ideias e
alinhamentos programáticos.
Ao final da entrevista, Marina
insistiu na defesa de uma mudança na política que preveja programas de
longo prazo, que não mudem conforme a alternância de governos. "A agenda
é essa, vamos persistir na energia limpa renovável e segura. O Brasil
já tem 45% de matriz energética limpa. Esta é a agenda do Brasil para os
próximos 20, 30, 40 anos"