terça-feira, 13 de dezembro de 2011

José Rainha teria morte encomendada na prisão

Uma carta enviada à família do líder sem-terra José Rainha Júnior, em Teodoro Sampaio (SP), denuncia um suposto pagamento pela morte do ex-militante do Movimento dos Sem-Terra (MST). Rainha Júnior está preso desde junho deste ano na Penitenciária Zwinglio Ferreira (P-1), em Presidente Venceslau, acusado de chefiar um esquema de desvio de recursos da reforma agrária.

A carta teria sido escrita por um preso "funcionário" do "castigo", ala em que ficam os presos mais rebeldes, e faz referência à quantia de R$ 500 mil oferecida pela cabeça de Rainha e de seu braço direito, Claudemir Silva Novais, preso sob a mesma acusação. O dinheiro seria repassado por "fazendeiros". O texto dá conta de que Rainha e Claudemir seriam mortos durante uma transferência - o chamado "bonde" - para a Penitenciária de Pinheiros, na capital.
Os crimes seriam praticados por integrantes do bando do "anjo Gabriel", um suposto grupo de extermínio que agiria nos presídios. A Rede Social de Justiça e Direitos Humanos, ligada a movimentos sociais, divulgou nota chamando a atenção das autoridades para a ameaça. Conforme a nota, José Rainha Júnior teve o nome incluído na lista de ameaçados de morte da Comissão Pastoral da Terra (CPT).
Segundo a Rede, o líder já foi vítima de atentados e sua prisão ocorreu às vésperas do envio de um projeto de lei à Assembleia Legislativa de São Paulo que busca "regularizar a grilagem no Pontal do Paranapanema". A mulher de Rainha, Diolinda Alves de Souza, recebeu a informação de funcionários do presídio de que os dois presos foram transferidos para a unidade da capital.