Com Alckmin estagnado, Temer vai usar governo para travar alianças do tucano
Lema: dizer textualmente "tem que manter isso, viu?"
Ala expressiva do DEM vê o presidente como espantalho de votos
Apesar do índice expressivo de eleitores que, segundo o Datafolha, dizem não votar em um nome indicado por Michel Temer (86%), aliados do presidente viram na desorganização do centro uma janela de oportunidade. O emedebista vai se colocar como agente disposto a reorganizar esse campo, usando a base do governo como ponto de partida. Com a jogada, tentará isolar a candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB) ao menos até junho e se reaproximar do DEM, de Rodrigo Maia (RJ).
O governo comemorou o fato de Alckmin não ter esboçado crescimento na pesquisa. Emedebistas acham que a imobilidade do tucano abre caminho para Temer acionar aliados e tentar alinhar siglas contempladas com espaços na Esplanada na defesa de um programa para a eleição.
A indicação do nome que vai capitanear o projeto ficaria para depois. O Planalto teria a missão de, nos próximos meses, alardear dados positivos. Um pacote de publicidade está sendo gestado para marcar dois anos de governo, em maio.
Há, inclusive, quem defenda que a frase que marcou o mais grave escândalo da gestão Temer seja usada a favor do emedebista. Um conselheiro do presidente disse que é preciso apontar dados objetivos da economia e dizer textualmente: “Tem que manter isso”.
Difícil será convencer partidos que apoiam ou apoiaram Temer a embarcar na tese. Ala expressiva do DEM, por exemplo, o vê como espantalho de votos. (Daniela Lima - Painel da Folha)