Dirigentes do PT começaram a discutir como lidar com a reação da militância do partido a uma possível prisão de Lula. Entre as propostas em discussão está a possibilidade de militantes do PT e de movimentos sociais ligados à sigla cercarem o local em que o ex-presidente estará para dificultar o acesso da polícia. Outra ideia é formar cordões humanos nas ruas para paralisar o trânsito das grandes cidades.
No manifesto em que pretende apresentar sua plataforma eleitoral, Lula defenderá o fim do teto dos gastos públicos, que congelou despesas federais por 20 anos para tentar equilibrar as contas do governo. O tom será oposto ao da Carta ao Povo Brasileiro de 2002, quando se comprometeu com o equilíbrio fiscal para ganhar a confiança dos investidores. “Agora vamos radicalizar, indo à raiz dos problemas”, disse Lula a aliados num encontro recente.
O foco da nova carta será o combate à desigualdade, dizem os petistas. Esta seria a chave da proposta para atacar os desequilíbrios da Previdência e promover mudanças no sistema tributário, desonerando os mais pobres e aumentando os impostos dos mais ricos.
Ainda não há data para divulgar o documento. O Tribunal Regional Federal da 4ª Região julgará em breve recursos de Lula contra sua condenação e poderá mandar prendê-lo em seguida. O ex-presidente também quer usar a carta para expor sua visão sobre os processos que enfrenta. (As informações são da coluna Painel, da Folha de S.Paulo desta segunda-feira)