Foto: Reprodução/ Bahia no Ar
O deputado federal Lúcio Vieira Lima (PMDB) precisa ser candidato à reeleição para se salvaguardar de um destino similar ao do irmão, o ex-ministro Geddel Vieira Lima, preso na Penitenciária da Papuda desde o mês de setembro. Não que Lúcio seja necessariamente culpado - até porque todos são inocentes no próprio discurso e até sentença transitado em julgado. Ele apenas foi colocado na cena dantesca das malas que totalizaram R$ 51 milhões e culminaram na detenção de Geddel e isso, por si só, já colocaria o mesmo sob suspeita. A sobrevivência política do peemedebista baiano depende, então, da manutenção do atual mandato - ele responde a uma representação no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados – e da eventual reeleição em 2018. Lúcio é um cara afável. No meio político, até estourar o escândalo do bunker, era figura de fino trato e conseguia arrancar risos até de adversários. Desde setembro de 2017, todavia, muita coisa mudou. Lúcio até tenta transparecer normalidade. Nas redes sociais, tenta manter o bom humor, com resquícios da picardia que conquistava a imprensa. Mesmo diante dos recentes ataques de aliados de coxia, a exemplo do PSDB, que já afastou a possibilidade de marchar ao lado do PMDB nas eleições da Bahia em 2018, o deputado federal manteve-se impávido. E, apesar de combalido em meio ao receio de antigos amigos, não esconde que pretende marchar ao lado de ACM Neto (DEM) – que ainda não decidiu se é candidato ou não. É uma boa estratégia. O PMDB pode não ter sido o melhor aliado do prefeito no segundo turno de 2012, quando passou a figurar ao seu lado, e nas eleições seguintes, 2014 e 2016. No entanto, cedeu minutos importantes de rádio e televisão para as campanhas do grupo político. Apesar de ter conquistado espaços significativos nas administrações da prefeitura – o que inclui indicações políticas para o primeiro escalão -, Lúcio agora aproveita o momento em baixa para “cobrar a conta”, ainda que indiretamente. No lugar dele, quando muitas portas começam a se fechar, qualquer pessoa faria o mesmo. Por isso, o peemedebista mantém o discurso de fincar o pé no PMDB e de tentar ficar ao lado de ACM Neto. É um abraço amigo. Porém um “abraço de tamanduá”, quando as garras podem matar. Este texto integra o comentário desta segunda-feira (26) para a RBN Digital, veiculado às 7h e às 12h30, e para as rádios Excelsior FM, Clube FM e Irecê Líder FM.