Foto: Wilson Dias / Agência Brasil
O diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segóvia, disse nesta
sexta-feira (9) que o órgão deve recomendar o arquivamento da
investigação contra o presidente Michel Temer no chamado inquérito dos
portos. De acordo com informações da agência Reuters, ele afirmou que as
investigações ainda não comprovaram o pagamento de propina por
integrantes da empresa Rodrimar, que opera no porto da cidade de Santos,
em São Paulo, em troca do decreto assinado por Temer no último ano, que
prorroga contratos de concessão e arrendamento portuários. Além disso,
Segóvia argumenta que não há indícios de que o decreto teria beneficiado
a Rodrimar. "O que a gente vê é que o próprio decreto em tese não
ajudou a empresa. Em tese se houve corrupção ou ato de corrupção não se
tem notícia do benefício. O benefício não existiu. Não se fala e não se
tem notícia ainda de dinheiro de corrupção, qual foi a ordem monetária,
se é que houve, até agora não apareceu absolutamente nada que desse base
de ter uma corrupção", declarou o diretor-geral da PF. Essa é a única
investigação contra Temer que tramita atualmente no Supremo Tribunal
Federal (STF). À Reuters, Segóvia disse ainda que a "principal prova
obtida no inquérito", a interceptação de uma conversa entre o
ex-deputado Rodrigo Rocha Loures, ex-assessor especial de Temer, e o
subchefe de Assuntos Jurídicos da Casa Civil, Gustavo Rocha, não
demonstra concordância de Temer com o suposto benefício. "Então ficou
muito difícil de ter uma linha de investigação numa corrupção que em
tese não ocorreu", explicou.