As equipes do Ministério Público Federal em Curitiba e em Porto Alegre divergem sobre pontos do caso do tríplex atribuído ao ex-presidente Lula, e o procurador na segunda instância defende versão menos abrangente das acusações.
Mauricio
Gotardo Gerum, da Procuradoria Regional que atua no Tribunal Regional
Federal da 4ª Região, afirmou em parecer no processo, por exemplo, que
não há provas de que o pagamento de despesas do acervo presidencial do
petista pela OAS tenha sido um crime, o que contraria tese da equipe de
Deltan Dallagnol desde a época da condução coercitiva de Lula, em 2016.
Na
sentença, o juiz federal Sergio Moro também decidiu absolver o
ex-presidente em relação a essa acusação. A equipe de procuradores no
Paraná apresentou recurso contra essa e outras questões da sentença ao
próprio juiz paranaense, e o caso, como manda a legislação, foi remetido
para o tribunal da segunda instância, com sede na capital gaúcha. O
julgamento ocorre na próxima quarta-feira (24).
Tanto
o procurador que atua em Porto Alegre quanto os que trabalharam no caso
em Curitiba querem um aumento da pena de Lula, fixada em 9,5 anos de
prisão, já que consideram que houve mais atos de corrupção dos que os
levados em conta por Moro, e criticam a linha de argumentação dos
advogados do ex-presidente. (Folha de S.Paulo – Felipe Bachtold)