sábado, 20 de janeiro de 2018

Procuradores divergem sobre acusação contra Lula


As equipes do Ministério Público Federal em Curitiba e em Porto Alegre divergem sobre pontos do caso do tríplex atribuído ao ex-presidente Lula, e o procurador na segunda instância defende versão menos abrangente das acusações.
Mauricio Gotardo Gerum, da Procuradoria Regional que atua no Tribunal Regional Federal da 4ª Região, afirmou em parecer no processo, por exemplo, que não há provas de que o pagamento de despesas do acervo presidencial do petista pela OAS tenha sido um crime, o que contraria tese da equipe de Deltan Dallagnol desde a época da condução coercitiva de Lula, em 2016.
Na sentença, o juiz federal Sergio Moro também decidiu absolver o ex-presidente em relação a essa acusação. A equipe de procuradores no Paraná apresentou recurso contra essa e outras questões da sentença ao próprio juiz paranaense, e o caso, como manda a legislação, foi remetido para o tribunal da segunda instância, com sede na capital gaúcha.  O julgamento ocorre na próxima quarta-feira (24).
Tanto o procurador que atua em Porto Alegre quanto os que trabalharam no caso em Curitiba querem um aumento da pena de Lula, fixada em 9,5 anos de prisão, já que consideram que houve mais atos de corrupção dos que os levados em conta por Moro, e criticam a linha de argumentação dos advogados do ex-presidente.  (Folha de S.Paulo – Felipe Bachtold)