Do G1
O presidente Michel Temer disse, hoje, que aprovar a reforma da
Previdência agora vai adiar uma mudança "muito mais radical" nas regras
previdenciárias. Ele citou medidas tomadas por nações europeias, como o
corte de vencimentos de servidores públicos, que, segundo Temer, poderão
ser necessárias no futuro caso a reforma não passe.
O presidente discursou durante um evento de assinatura da criação da
zona de processamento de exportações do porto de Açu, no estado do Rio
de Janeiro. Temer aproveitou a ocasião para defender as reformas do
governo, em especial a da Previdência, que classificou de "fundamental".
"Se nós não fizermos agora, não haverá um candidato a governador, não
haverá um candidato presidente, não haverá um candidato a deputado
federal, a senador que não tenha que tocar no assunto, porque será
cobrado a respeito da reforma da Previdência. E, sobre ser cobrado,
ainda quando tiver que fazê-la, terá que fazer uma reforma muito mais
radical, radical do tipo daquela que ocorreu em estados europeus, e que
houve cortes de pensão, de 20, 30%, houve corte de vencimento de
servidores públicos", afirmou o presidente.
"Portanto, quando fazemos agora uma transição da Previdência, uma
reforma da Previdência, estamos adiando essa, digamos assim,
radicalidade com que se há de fazer a reforma da Previdência mais
adiante", concluiu Temer.
Inicialmente, o governo previa votar a reforma na Câmara ainda em
dezembro, por considerar o tema de difícil análise em ano eleitoral.
Após semanas de negociação, ao perceber que ainda não tinha votos
suficientes, anunciou a votação para fevereiro. No discurso desta
quinta, o presidente disse que a reforma será aprovada naquele mês.
Segundo Temer, assim como aconteceu com outras propostas do governo
que se tornaram leis, como a reforma trabalhista e o teto dos gastos
públicos, a da Previdência está vencendo a resistência inicial.