Folha de S.Paulo –Cristina Camargo
O
prefeito de Colniza (MT), Esvandir Antônio Mendes (PSB), foi
assassinato a tiros no final da tarde de sexta-feira (15) dentro de um
carro em uma avenida da cidade. Segundo informações da Polícia Militar,
os assassinos estavam em outro veículo, atiraram e fugiram em seguida.
Além
do prefeito, o secretário municipal de Finanças, Admilson Santos
Ferreira, a primeira-dama Rosemeire Costa e o genro de Vando –como era
conhecido o prefeito– também estavam no carro. O secretário foi baleado e
está internado em um hospital da cidade. A primeira-dama e o genro do
prefeito não sofreram ferimentos.
A
caminhonete onde estavam os quatro foi perseguida por cerca de quinze
quilômetros na rodovia BR 174. O prefeito, que dirigia o veículo e
estaria voltando de Cuiabá, a 1.065 km de distância, tentou escapar da
perseguição e dos tiros, mas foi alcançado na entrada de Colniza, bateu o
veículo e não resistiu aos ferimentos provocados pelos tiros.
O carro parou em um posto de gasolina e fotos que circulam nas redes sociais mostram o veículo com várias marcas de tiros.
Vando
tinha 61 anos e, além de político, era empresário do setor de
transportes. Ele era proprietário de uma empresa de ônibus. Na
administração anterior, era vice, mas assumiu o cargo de prefeito em
abril de 2016 após a cassação do titular, Assis Raup (PMDB). Nas
eleições de outubro de 2016 foi reeleito com 51,14% dos votos.
Segundo
a Secretaria de Segurança de Mato Grosso, policiais militares e civis
da região noroeste do estado procuram os assassinos. Policiais da
Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Cuiabá vão ao
município para ajudar na investigação.
O
governador Pedro Taques, o secretário de Estado de Segurança Pública,
Gustavo Garcia, o comandante geral da Polícia Militar, coronel Marcos
Cunha, e o delegado geral da Polícia Judiciária Civil, Fernando Vasco,
também vão ao município acompanhar as buscas e as investigações.
MASSACRE
Em
abril deste ano, nove trabalhadores rurais foram assassinatos em uma
chacina ocorrida na gleba Taquaruçu do Norte, na área rural de Colniza.
Os corpos apresentavam sinais de tortura. Em maio, o Ministério Público
Estadual de Mato Grosso denunciou um madeireiro e outros quatro homens
por terem planejado e executado a chacina.
Eles
foram acusados de formação de milícia privada e homicídio qualificado. O
motivo da matança seria a disputa por terras e extração de madeira.
Na
ocasião, a Prelazia de São Félix do Araguaia (MT) divulgou nota
afirmando que a região sofre violência desde 2004 e que Colniza já foi
considerado o município mais violento do país.
Em
março, o ex-vereador Élpido da Silva Meira (PR), de 53 anos, também foi
assassinado a tiros na cidade. Ele foi atingido por disparos no tórax
no momento em que chegava em casa.