Coluna Pinga Fogo – Jornal do Commercio
Em uma guerra que vale o partido com maior fundo eleitoral e tempo de
TV nas eleições 2018, em Pernambuco, o senador Fernando Bezerra Coelho
(PMDB) ganha terreno na cúpula da legenda, mas acaba de perder um novo
round na Justiça. Ontem, o desembargador Josué Antônio Fonseca da Sena,
do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), manteve a decisão,
concedida em primeira instância, que suspende a dissolução do diretório
estadual do partido. Com isso, o controle da legenda segue com o
presidente do PMDB-PE, Raul Henry, e com o deputado federal Jarbas
Vasconcelos.
No dia 6 de setembro, depois de um longo processo de desgaste no PSB,
Bezerra Coelho deixou a legenda e se filiou ao PMDB. O presidente
nacional do partido peemedebista, Romero Jucá, prometeu então dissolver o
PMDB pernambucano para retirar a legenda de Jarbas, que votou a favor
das denúncias contra o presidente Michel Temer, provocando a ira da
cúpula nacional peemedebista.
O PMDB iniciou o rito interno para dissolver o diretório e Jarbas e
Raul iniciaram a resistência jurídica, conseguindo duas liminares para
suspender a medida – uma na Justiça de Pernambuco e outra no Distrito
Federal. Mas o TJDF remeteu o processo à 26ª Vara do TJPE, tendo em
vista que a decisão pernambucana saiu primeiro. Agora os casos tramitam
juntos.
Na última terça (19), na convenção nacional do PMDB, Jucá voltou a
anunciar que o partido em Pernambuco sofrerá intervenção, com base em
uma mudança no estatuto do partido sobre a qual se baseia a decisão
judicial que suspende a dissolução da legenda pernambucana.
O PMDB nacional recorreu à segunda instância para suspender a liminar
que impede a dissolução do partido em Pernambuco. Mas, nesta quinta, o
TJPE negou o pedido e manteve a dissolução suspensa.