Do G1
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou,
hoje, que, após as reuniões realizadas em Brasília no final de semana
com líderes partidários da base aliada do governo de Michel Temer,
espera saber até quarta-feira (6) ou quinta-feira (7) se possui os votos
necessários para a votação da reforma da Previdência na próxima semana.
A expectativa de Maia é votar o projeto ainda em dezembro.
Maia falou com a imprensa após receber o prêmio de personalidade do
ano do VII Prêmio Cebrasse – Central Brasileira do Setor de Serviços,
realizado em São Paulo. O presidente da Câmara afirmou ainda que não é o
momento de se discutir as eleições de 2018, e minimizou críticas e
embates entre o governo e o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e o
PSDB. Segundo Maia, sem o PSDB não se aprova a reforma da Previdência.
"Acho que, no sábado, eu estava pessimista. Agora estou realista,
acreditando que é possível [votar na próxima semana]", disse. "A gente
começou a trabalhar as reuniões de ontem. Foram as melhores reuniões que
fizemos, um grupo importante de partidos assumiu compromisso importante
de trabalhar as suas bancadas. Isso que vamos fazer até quarta,
quinta-feira, para avaliar se temos os votos necessários para reformar a
Previdência", afirmou Maia.
"Este é um trabalho que começou a ser feito ontem (domingo, 3). Hoje
(4) e amanhã (5), os líderes das bancadas vão trabalhar, e na quarta (6)
vamos fazer análise se vamos ter condições de votar", assinalou.
"Eu espero e trabalho por isso [para votar na próxima semana]. E
precisamos, de forma definitiva, acabar com estra transferência de renda
absurda que o Brasil tem hoje, que os que ganham mais trabalham menos",
afirmou.
"Apenas é para organizar isso. Durante 20 anos, todos trabalham até
65 anos de idade. E todos os novos servidores e trabalhadores tenham o
mesmo sistema previdenciário. É isso que é o correto e que queremos
aprovar na Câmara", acrescentou.
Maia disse que o embate de Henrique Meirelles e o PSDB, antecipando
as eleições de 2018, só atrapalha neste momento e que, "sem o PSDB, não
temos nenhuma condição de aprovar" a reforma.
"Com todo respeito ao Meirelles, o embate neste momento não colabora,
atrapalha. O PSDB é um partido importante, nos ajuda, votou conosco as
reformas mais importantes que votamos. Não se deve tratar partido nenhum
de forma desrespeitosa. Ninguém. Mas principalmente quem tem
convergência ideológica com o nosso tema. Sem o PSDB não temos nenhuma
condição de aprovar a Previdência. Se está se trabalhando para se
excluir o PSDB, está se trabalhando contra a reforma da Previdência",
defendeu Maia.
"Vamos deixar a eleição para 2018, estamos muito longe. A crise
política é muito profunda e qualquer tentativa de tratar a eleição neste
momento mais atrapalha o que ajuda", disse.
Votação
Segundo Maia, com os votos da base aliada e os partidos que
participaram da reunião no domingo, o governo acredita ter entre 325 e
330 votos a favor da reforma. Há ainda mais 40 ou 50 votos de partidos
que não compõem a base do governo e que não se posicionaram ainda nem
contra nem a favor da reforma.