Em apoio a Lula, movimentos de esquerda planejam acampar em frente a tribunal
Folha de S.Paulo – Catia Seabra
Os
movimentos de esquerda —incluindo MTST, MST e CUT— lançaram nesta
sexta-feira (15) uma campanha pelo direito à candidatura do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Reunidos
em um comitê intitulado "defesa da democracia", os dirigentes da Frente
Brasil Popular planejam acampar em frente ao TRF (Tribunal Regional
Federal) da 4ª Região, em Porto Alegre, em 24 de janeiro, dia do julgamento do recurso apresentado por Lula no caso do tríplex do Guarujá.
Coordenador
do MST (Movimento dos Sem Terra), João Paulo Rodrigues informou,
durante reunião de lançamento, que a intenção é concentrar todos os
militantes do movimento do Sul do país nos arredores do TRF. A ideia é
acampar no Parque da Harmonia, vizinho ao tribunal.
Na
terça (19), os movimentos de esquerda, PT e partidos que integram a
frente vão inaugurar o comitê de defesa da democracia de Porto Alegre.
Escalado para coordenar a campanha, o ex-ministro Alexandre Padilha,
hoje na vice-presidência do PT, afirmou será apresentada uma agenda de
atividades para Lula. Não está descartada a antecipação da caravana que o
ex-presidente pretendia realizar no Sul apenas após o carnaval.
Estão
programadas atividades no Natal e Ano Novo, além de um jogo de futebol
no dia 23 na Escola Florestan Fernandes com a presença do cantor Chico
Buarque.
"Vamos ocupar Porto Alegre. Mas ele [Lula] também terá uma agenda ofensiva em janeiro", disse Padilha.
Líder da Minoria na Câmara, José Guimarães (CE) disse que o partido vai instalar um "estado de mobilização geral".
"Vamos antecipar tudo", disse Guimarães, afirmando que os petistas reduzirão o tempo destinado ao descanso do fim de ano.
Apesar
do tom de seus dirigentes, petistas admitiam suas incertezas acerca do
futuro político do ex-presidente durante reunião do Diretório Nacional
do partido, que ocorre em São Paulo.
Coube à presidente do PT, a senadora Gleisi Hoffmann (PR), a
tarefa de ratificar já no início da reunião que não se admite a
hipótese de discussão de um plano alternativo à candidatura de Lula.
Já
na abertura do encontro, Gleisi interveio, afirmando que havia na
imprensa reportagens sobre a busca de outro nome para o caso de Lula
ficar impedido de concorrer. Segundo participantes da reunião, Gleisi
afirmou que não sabia se era real a origem da informação. Mas advertiu:
"Não existe plano B".
Embora
reconheça que este é "um processo em aberto", um integrante da cúpula
do PT afirmou que a busca de uma alternativa cumpriria a estratégia
adversária. A ideia, afirma, é levar a candidatura adiante até chegar às
instâncias superiores.