Cristiana Lobo – G1
2018.
Ano par, ano de eleições. Depois de uma disputa acirrada em 2014 em que
a vencedora, meses depois, acabou afastada do cargo por um impeachment e
o derrotado, aquele que surpreendeu e quase venceu, foi parar na lista
de políticos mais desgastados do país por seu envolvimento em escândalos
que marcaram 2017, uma aposta certeira é que a disputa presidencial do
ano que vem será imprevisível e, provavelmente com muitos postulantes,
como a de 1989, que teve 29 candidatos.
Até
aqui, não se sabe qual o aprendizado tirou o eleitor brasileiro das
últimas crises. E foram muitas - crise ética, de representatividade, de
legitimidade, política, econômica, para citar algumas...
Muito
se ouve falar em "não votar em quem tem mandato". Uma coisa está clara:
há rejeição, sim, dos políticos que foram citados na Operação Lava-Jato
e também dos partidos políticos. Mas até que ponto?
O
ex-presidente Lula é citado, aliás, já está condenado em primeira
instância, mas sustenta sua pré-candidatura na força de seu partido, mas
também, nos índices crescentes das primeiras pesquisas. Mas antes
disso, é verdade, porém, que ele tem um encontro marcado com a Justiça.
No dia 24 de janeiro, o TRF da 4ª Região, em Porto Alegre, vai julgar a
condenação de 9 anos e seis meses aplicada a Lula pelo juiz Sérgio Moro.
Se confirmada a condenação, ele poderá ficar fora da disputa eleitoral,
por incorrer na Lei da Ficha Limpa, uma das poucas leis brasileiras que
existem por iniciativa popular.
Ao
longo de seis eleições, houve no Brasil a polarização entre PT e PSDB
nas disputas presidenciais. As duas primeiras deram vitória ao PSDB; as
quatro últimas, ao PT, apesar do desgaste provocado pelo mensalão e
agora pela Lava-Jato que atingiu também o PSDB e outros partidos. Não se
sabe como será 2018.
Até
aqui, a polarização tem sido outra: a dos extremos - de um lado Lula,
representando a esquerda; e de outro, Jair Bolsonaro, que sequer decidiu
qual partido vai levar sua candidatura, mas se coloca como candidato de
direita e conservador nos costumes. Os dois extremos se alimentam. O
PSDB deve ter Geraldo Alckmin como candidato à Presidência, mas já em
zona de perigo com as recentes denúncias de empreiteiras de acordos
entre empresas e entes públicos para execução de obras do metrô da
Capital.
Por
tudo isso, a grande aposta para 2018 é a eleição presidencial de
outubro. Qual a mensagem dos candidatos vai definir o voto dos
brasileiros? Será a promessa de reunificação do país, a agenda das
reformas ou as promessas de recuperação da economia?
De
qualquer maneira, o que se espera é uma eleição limpa e a escolha de um
líder que possa responder às necessidades do país - desde a pacificação
da sociedade à recuperação da economia e o emprego.