O cantor e ex-deputado federal Agnaldo Timóteo foi hostilizado
por manifestantes na porta da prisão José Frederico Marques, em Benfica,
na zona norte do Rio, neste sábado (2). Ele foi até o local para
visitar o presidente do PR (Partido da República) e ex-ministro dos
Transportes, Antônio Carlos Rodrigues, que está preso, quando
foi interpelado por manifestantes do Movimento Unificado dos Servidores
Públicos Estaduais (Muspe). Os servidores, que estavam no local para
protestar contra salários atrasados, vaiaram a chegada do cantor. ao
ouvir os gritos, Timóteo interrompeu o seu percurso, voltou-se para os
manifestantes e perguntou: "o que houve?". Os manifestantes responderam
com gritos de "bandido". Ao ser questionado por um repórter da rádio CBN
o motivo se sua visita, Timóteo respondeu: "Vim visitar uma fera que
está aqui". Depois de perguntado qual, ele disse: "é a melhor de todas, o
meu ex-presidente, Antônio Carlos". A visita do cantor, no entanto, foi
frustrada por agentes da Secretaria de Administração Penitenciária
(SEAP), pois ele não tinha a carteirinha necessária para visitas,
fornecida previamente pelo órgão. Ele também não pode se valer de
prerrogativa parlamentar, já que está sem mandato. O cantor, que tem 81
anos, já foi deputado federal e vereador, com passagens pelo PDT, PP,
PL, PR e PMDB. Em agosto deste ano, Timóteo chegou a dizer para a
imprensa que estava disposto a se filiar do PT, lançar-se como deputado
federal e fazer campanha para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
em 2018. "Eu quero brigar pelo Lula", avisou. Já Antônio Carlos
Rodrigues foi preso no último dia 28, pela Operação Caixa D'Água, que
prendeu também os ex-governadores do Rio, Anthony e Rosinha Garotinho.
Rodrigues é citado como suposto interlocutor do repasse da propina de R$
3 milhões da Odebrecht para a campanha de Garotinho em 2014, mas nega
as acusações. Na quinta-feira, o ministro Jorge Mussi, do Tribunal
Superior Eleitoral (TSE), decidiu aguardar o julgamento de mérito do
habeas corpus de Rodrigues - marcado para o dia 4 de dezembro -, para
depois examinar pedido da defesa do ex-ministro.