O
presidente Michel Temer deverá anunciar que fará em breve uma reforma
ministerial, na qual vai tirar tucanos do primeiro escalão. A intenção
do presidente é fazer alterações na equipe em aproximadamente dez dias,
numa operação casada para aprovar a reforma da Previdência na Câmara e
também medidas de simplificação tributária.
Neste
final de semana, o senador Aécio Neves, presidente licenciado do PSDB,
deixou claro que haverá rompimento com o governo. Por isso, Temer não
pretende esperar a Convenção Nacional do PSDB marcada para 12 de
dezembro a fim de fazer a reforma ministerial.
Enquanto
havia possibilidade de adiamento da ruptura do PSDB com o governo,
Temer não pretendia tomar a iniciativa de demitir tucanos. No entanto, o
artigo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso defendendo o
rompimento em dezembro e a reação de Aécio tirando o senador Tasso
Jereissati do comando da legenda agravaram a divisão tucana. A única
forma de evitar a implosão do PSDB seria o rompimento com o governo, do
qual os tucanos foram avalistas políticos.
Diante
dessa avaliação, o presidente pretende atender à pressão de aliados
para tomar espaço ministerial do PSDB. Um auxiliar do presidente diz que
o partido tem quatro ministérios e garante apenas cerca de 20 votos
certos a favor do governo em qualquer tema em votação na Câmara. Seria
uma pasta para cada cinco votos. Redistribuindo espaço tucano, Temer
pretende ter votos para aprovar a reforma da Previdência e as medidas de
simplificação tributária.
O
presidente prefere negociar diretamente com uma fatia da bancada
federal tucana, que poderá indicar um ministro na reforma do primeiro
escalão que será acelerada. Ficou inviável, na visão presidencial,
realizar uma reforma ministerial em fevereiro ou abril, como planejado
anteriormente. As trocas são iminentes e deverão criar um arranjo
político que poderá ser a semente da aliança eleitoral governista em
2018.