Carlos Brickmann
Aécio
Neves, mesmo com o prestígio abaixo dos rastros da cascavel que destrói
candidatos, continua ostentando o título de presidente do PSDB. Era só
para constar, para não parecer que o próprio partido o tinha abandonado.
Mas a falta de poder subiu-lhe à cabeça: afastou o dirigente interino,
Tasso Jereissati, colocou Alberto Goldman no lugar e implodiu o partido
que já tinha explodido.
Goldman
detesta Dória, que pode ser candidato a alguma coisa, embora não a
presidente – e que lhe retribui a ojeriza; e é ligado a José Serra, que
candidato à Presidência também não será. E abriu mais uma divergência:
quem vai controlar o PSDB e tentar uni-lo de agora em diante, Fernando
Henrique, Alckmin ou o senador Antonio Anastasia? Aécio, sem dúvida, só
herdou do avô Tancredo, um sábio, o sobrenome Neves.
Muitos
colunistas disseram que o PSDB vive uma luta fratricida, e foram
criticados: luta, sim, mas não fratricida, já que todos ali se odeiam.
Mas é fratricida, sim: afinal de contas, Caim e Abel eram irmãos.