Foto: Valter Campanato / Agência Brasil
A Polícia Federal apreendeu 14 folhas com planilhas que detalham
indicações políticas a cargos em diversos órgãos da administração
pública em Minas Gerais no gabinete do senador Aécio Neves (PSDB-MG).
Segundo informações do jornal O Globo, havia também um mapeamento de
cargos da União disponíveis em Minas, contendo as respectivas
remunerações e das vagas em aberto. Um dos documentos, que foram
apreendidos em maio deste ano durante a Operação Patmos, é datado do dia
17 de fevereiro de 2017, demonstrando a influência do congressista na
gestão Michel Temer. Uma das planilhas – a que data de fevereiro deste
ano – é intitulada “Indicações para Cargos Federais – Minas Gerais” e
informa quem indicou (político e partido) e quem foi indicado para 16
vagas em 10 órgãos do governo federal em Minas: Serviço Geológico do
Brasil (CPRM), Superintendência Federal de Agricultura, Agência Nacional
de Telecomunicações (Anatel), Caixa, Ceasa, Companhia Brasileira de
Trens Urbanos (CBTU), Ibama, Departamento Nacional de Produção Mineral
(DNPM), Geap e Companhia de Armazém e Silos de Minas. Em cada nome, há
observações sobre efetivação ou não da indicação e a sobre eventuais
pendências. Em ao menos um caso, um ex-secretário parlamentar de um
deputado aliado de Aécio assumiu um dos cargos. Os outros mapeamentos
relacionavam cargos com possibilidade de serem preenchidos. A planilha
principal foi nomeada “Recrutamento Amplo Político em Minas Gerais”.
Outra indicava “recrutamento restrito”, listando cargos técnicos. Outros
papéis faziam menção a um aliado de Aécio, o deputado federal Paulo
Abi-Ackel (PSDB-MG), na planilha que citava indicações em “Cargos em
Órgãos Importantes Brasília/Rio”. Em nota, a assessoria do senador
afirmou que o levantamento refere-se a indicações feitas por deputados
federais mineiros de vários partidos para cargos na administração
federal, encaminhado a Aécio “para conhecimento”.