sábado, 11 de novembro de 2017

O racha tucano


 
Mesmo moribundo, sem a grandeza que exibia no passado, principalmente quando disputou o segundo turno da eleição presidencial contra Dilma em 2014 em condições de igualdade, tendo a petista vencido por uma diferença mínima, o senador Aécio Neves reassumiu o comando do partido por horas para apenas dar uma canelada no agora desafeto Tasso Jereissati, que vai disputar à Presidência do partido contra o governador de Goiás, Marconi Perillo.
O tucanato vive um racha que parece irreversível. De um lado, a corrente de Aécio, que ainda parece majoritária, e de outro a de Tasso. O primeiro, com a imagem deteriorada pelo afastamento do seu mandato pelo Supremo, mesmo já tendo reassumido, quer manter o apoio da legenda ao Governo Temer de qualquer jeito. Ele conta, além da maioria dos deputados e senadores, com o apoio incondicional dos quatro tucanos que ocupam cadeiras na Esplanada dos Ministérios.
Entre estes, o pernambucano Bruno Araújo, de Cidades, que tem sido um aliado de primeira grandeza. Já Tasso, desde que assumiu a interinidade da executiva nacional com o afastamento de Aécio, tem sido duro na relação com o Governo Temer, chegando a defender o rompimento e a entrega dos quatro ministérios. Por ele, o partido já estaria na oposição e preparando um candidato ao Planalto em 2018.
Tasso e Aécio, que se davam bem no passado, viraram agora dois desafetos. O encontro da última quinta-feira, quando culminou com o afastamento do primeiro da presidência do partido, foi movido a ódio, áspero, de uma agressividade nunca vista. Os bastidores que vazaram são chocantes, de pessoas sem um mínimo grau de civilidade. A briga trará consequências naturais nos Estados. Menos Pernambuco, onde o ministro Bruno Araújo, com exceção da única voz dissidente do deputado federal Daniel Coelho, já assumiu as rédeas, unificou o discurso e está trabalhando pelo fortalecimento da legenda no Estado, com foco na eleição do ano que vem.