Foto: EBC
A esposa do doleiro Lúcio Funaro, Raquel Pitta, afirmou
em depoimento na 10ª Vara Federal em Brasília nesta terça-feira (21)
que, em um primeiro momento, não houve “coação” por parte do ex-ministro
Geddel Vieira Lima nas ligações feitas após a prisão de Funaro. “Foi
uma ligação preocupado. Ligou não só essa vez, mas ligou outras vezes,
ligando preocupado. Não me lembro ao certo, mas no começo era ligação
normal, não era de WhatsApp, sem aplicativo. Depois, só por WhatsApp”,
relatou Raquel. A mulher de Funaro ponderou interromper as conversas,
porém foi aconselhada pelo próprio marido a não parar de atender às
ligações. “Comecei a ficar preocupada, pois todo mundo hoje em dia cai e
eu recebendo ligação já estou envolvida”, sinalizou. Funaro teria dito
que poderia parecer que ele estaria delatando e que Raquel estaria
fugindo, razão pela qual ela se manteve respondendo aos contatos com
Geddel. Segundo ela, as ligações começaram a se intensificar e mudaram
para o aplicativo de conversas instantâneas quando começaram a aparecer
as denúncias do ex-ministro da Cultura, Marcelo Calero, contra Geddel.
De acordo com a esposa da doleiro, durante as ligações, Geddel se
mostrava “uma pessoa muito solícita”. No entanto, após começaram a
circular na imprensa as informações de que Funaro teria prestado
depoimento na Polícia Federal, em negociação para firmar acordo de
colaboração premiada, as ligações cessaram. O depoimento foi parte do
processo em que Geddel responde por obstrução de justiça. O ex-ministro
segue preso em Brasília desde o começo de setembro, quando foram
localizados R$ 51 milhões em espécie em um apartamento em Salvador.