A Procuradoria Geral da República (PGR) pediu ao Supremo Tribunal
Federal (STF) a condenação da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), do
marido dela, o ex-ministro Paulo Bernardo, e do empresário Ernesto
Rodrigues.
Os três são réus no STF pelos crimes de corrupção passiva e lavagem
de dinheiro. O Ministério Público afirma que eles se envolveram em um
esquema que teria desviado R$ 1 milhão da Petrobras. Todos negam as
acusações.
A PGR também pediu:
- Perda de função pública para quem for condenado e estiver ocupando cargo público, como hoje é o caso de Gleisi Hoffmann;
- Pagamento (pelos três) de R$ 4 milhões, a título de danos materiais e morais, por lesão à administração pública.
O parecer da PGR, assinado pela procuradora-geral, Raquel Dodge, foi
enviado ao ministro Edson Fachin nesta quinta-feira (23), mas a
informação foi divulgada pela PGR nesta sexta (24).
Entenda o caso
Gleisi, Paulo Bernardo e Ernesto Rodrigues se tornaram réus em setembro de 2016.
O Ministério Público afirma que os três se envolveram no desvio R$ 1
milhão da Petrobras. O dinheiro, afirma a PGR, teria sido direcionado
para campanha eleitoral de Gleisi, em quatro parcelas de R$ 250 mil.
O repasse, ainda segundo a denúncia, teria sido realizado por meio de
empresas de fachada do doleiro Alberto Youssef contratadas pela
Petrobras.
Também conforme a PGR, os recursos foram liberados pelo ex-diretor de
Abastecimento Paulo Roberto Costa, cujo objetivo seria obter apoio
político de Gleisi Hoffmann e Paulo Bernardo para se manter no cargo.
Versões
Presidente do PT, Gleisi Hoffmann prestou depoimento ao STF em agosto
e negou as acusações da PGR, afirmando que não há provas. Gleisi também
se disse "vítima de perseguição política".
Quando Paulo Bernardo virou réu, a advogada dele, Verônica Sterman,
também rebateu as acusações, alegando que não foi provada a
interferência do ex-ministro para manter Paulo Roberto Costa no cargo de
diretor na Petrobras.
Também à época, o advogado de Ernesto Rodrigues, José Carlos Garcia,
negou participação do empresário nos crimes. "Não há descrição de
participação do fato do autor. Não traz uma linha no sentido de dizer
que interferiu no recebimento de propinas na Petrobras", afirmou Garcia.