Declaração do ministro da Justiça, Torquato Jardim, inibe articulação para mudar diretor-geral da Polícia Federal.
O Estado de S. Paulo - Coluna do Estadão
Por Andreza Matais
Por Andreza Matais
A
polêmica envolvendo o comentário do ministro da Justiça, Torquato
Jardim, interrompeu uma nova tentativa de trocar o diretor-geral da PF,
Leandro Daiello, em curso no Planalto. Os defensores da mudança recuaram
porque a troca na PF é sensível, por ser associada a movimentos para
estancar a Lava Jato, para ser efetuada em meio à crise motivada por
declaração do ministro de que policiais do Rio são sócios do crime
organizado. As articulações contrariam o Ministério da Justiça e ocorrem
após Daiello já ter decidido que fica até 2018.
As
conversas sobre a mudança no comando da PF são tocadas no gabinete do
ministro Eliseu Padilha e envolvem o delegado Fernando Segovia. O nome
dele chegou ao chefe da Casa Civil pelo ministro Augusto Nardes, do TCU.
Padilha diz que a informação “não tem fundamento”. A Coluna não conseguiu localizar o ministro Augusto Nardes.
O
ministro Torquato Jardim recebeu um pedido do colega Moreira Franco
para que recuasse da polêmica declaração sobre a PM no Rio. No dia
seguinte, Torquato manteve o que disse e se aprofundou em entrevista ao
Globo.
Com
esse movimento, o ministro levantou em alguns gabinetes a suspeita de
que decidiu tentar evitar que lhe impusessem um nome para o comando da
PF. Se insistirem na troca, ele já tem uma versão para sua saída.