Um
grupo de senadores tenta dar cabo da CPI dos Maus-Tratos, presidida por
Magno Malta (PR-ES). Na sessão do dia 9, um dia depois de aprovar a condução coercitiva do
artista que provocou polêmica ao se apresentar nu em SP, Malta levou ao
plenário um acusado de pedofilia, algemado e com uniforme de detento.
“O sr. foi abusado na infância?”, indagou. O depoente disse que sim, mas
que não queria falar. O senador insistiu. O preso chorou. O depoimento
virou peça de propaganda.
Alessandro
da Silva Santos é acusado de abusar de 11 menores. Ele ainda não foi
julgado. Chegou ao Senado desacompanhado de um defensor. “O sr. tem
advogado?”, questionou Malta. “Tenho”, respondeu o homem. “Ele sabia que
o sr. viria aqui?”. “Não. Nem eu sabia, excelência.”
O
senador designou um advogado, funcionário da Casa, para auxiliar o
preso. Eles conversaram por dois minutos. Depois o servidor saiu de
cena. É possível ouvir o diálogo na gravação da TV Senado porque Malta
não desligou o microfone. Fala entre defensor e cliente é inviolável.
O
advogado avisou Alessandro de que tudo poderia ser usado em seu
julgamento. No interrogatório, Malta quis que ele confessasse os crimes,
detalhasse o número de vítimas e, diante do pedido do homem para só
falar em juízo, disparou: “Se fosse juiz, ficaria ofendido. É como
ficasse mais fácil”.
Procurado,
Malta disse que constituiu advogado para que o preso pudesse conhecer
seus direitos. “Quem deve ter sofrido constrangimento foram as crianças
que ele abusou. Conheço o movimento a serviço de forças .