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Ministério Público Federal (MPF) protocolou, hoje, no Tribunal Regional
Federal da 4ª Região (TRF4), em Porto Alegre, um parecer que pode
aumentar a pena do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O juiz
Sérgio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato na
primeira instância, o condenou a nove anos e seis meses de prisão por
corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O processo em questão envolve o
triplex no Guarujá, litoral paulista.
O parecer foi protocolado às 11h20. Na manifestação, o procurador
Mauricio Gotardo Gerum diz que deve ser considerado um ato de corrupção
independente para cada contrato assinado entre a empreiteira OAS e a
Petrobras. Como foram assinados três documentos, Gerum quer que seja
atribuído a Lula três crimes.
"A cada contrato fechado entre as empreiteiras consorciadas e a
Petrobrás, que no caso da OAS foram três (REPAR e RNEST), o oferecimento
e promessa de vantagem se renova, constituindo crime autônomo", diz o
parecer.
"Cada um dos contratos deve ser visto de forma autônoma, pois foram
celebrados em razão de procedimentos licitatórios diversos, ainda que
assinados na mesma data”, surge em outro trecho da apelação.
O MPF solicita também a manutenção regime fechado e a redução do número de dias-multa de 150 para 115 dias-multa.
Agora, o processo está na mesa do gabinete do relator da Lava-Jato na
Corte, desembargador João Pedro Gebran Neto, para elaboração de
relatório e voto. Depois, o documento é encaminhado para o revisor,
desembargador Leandro Paulsen, e para o terceiro desembargador Victor
Laus, até ser pautado o julgamento. Ao G1, o TRF4 informou que não há
prazo para que isso aconteça.