Josias de Souza
Lula
teve um novo encontro com o microfone nesta terça-feira. Discursou num
‘petromício’ defronte do prédio da Petrobras, no Rio de Janeiro.
Autoproclamou-se novamente um neo-Tiradentes. Sobre o mártir autêntico,
declarou: ''Eles mataram a carne, mas não conseguiram matar as ideias
libertárias.'' Sobre si mesmo, afirmou: ''O Lula não é mais só o Lula. O
Lula é uma ideia assumida por milhões de pessoas.''
No
discurso de Lula todos mentem, menos o orador. “A imprensa mente muito a
meu respeito. A Polícia Federal, sobretudo a turma da Lava Jato, mente
muito a meu respeito. O Ministério Público da Lava Jato mente muito a
meu respeito. E o Moro aceita as mentiras.” Ironicamente, Lula só não
falou sobre o companheiro-delator Antonio Palocci, versão petista de
Joaquim Silvério dos Reis.
Organizado
por petroleiros, o ato festejou os 64 anos da Petrobras. Para Lula, a
estatal não deve ser vista apenas como uma companhia petroleira, mas
como instrumento de política econômica. ''Tem mais de 20 mil empresas
que dependem dela'', declarou a certa altura.
Considerando-se
que o mensalão e o petrolão são dois escândalos que têm raízes nos
governos de Lula, é impossível deixar de reconhecer sua autoridade para
discursar sobre a mentira e os mentirosos. Excetuando-se o silvério
Palocci, ninguém ousaria discutir com tamanho especialista.
Mal
comparando, o discurso de Lula às vezes faz lembrar uma galhofa de Tim
Maia. O gênio da música brasileira costumava proclamar: “Não fumo, não
bebo e não cheiro. Só minto um pouco.”