O Globo
Em
meio a discursos de independência de Poderes e respeito a preceitos
constitucionais, duas instituições podem decidir nesta terça-feira sobre
o afastamento do mandato do senador Aécio Neves (PSDB-MG). O ministro Edson Fachin,
sorteado ontem relator do caso, tem em suas mãos dois pedidos, do
tucano e do PSDB, para rever a decisão da Primeira Turma do STF. O
Senado também pretende votar hoje se referenda ou não a decisão do
Supremo, caso Fachin não delibere antes.
O
presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), sinalizou que, se não
houver uma decisão da Corte até hoje sobre esses pedidos, a Casa deve
votar em plenário a anulação da decisão da primeira turma do STF que
afastou o senador mineiro.
—
Eu não tenho como adiar uma votação feita por regime de urgência
assinada pela quase totalidade dos líderes e aprovada em voto nominal, e
não em votação simbólica. Agora vamos aguardar até amanhã em relação a
essas medidas que foram colocadas à disposição do Supremo para que a
Corte possa se manifestar — disse Eunício, após reunir-se com a
presidente do STF, Cármen Lúcia, e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia
(DEM-RJ).
Ontem,
os comandos do Legislativo e do Judiciário fizeram uma última tentativa
de entendimento sobre calendário. E Aécio e seu partido decidiram
partir para a trincheira jurídica: ingressaram com duas ações no STF que
poderão servir como saída temporária em benefício do tucano.
Aécio
quer que os efeitos da decisão da Primeira Turma da Corte sejam
suspensos até o STF terminar outro julgamento, marcado para a semana que
vem. A solicitação do PSDB é mais simples: pede pura e simplesmente a
suspensão da decisão da Primeira Turma. Se a Corte aceitar os novos
pedidos, pode não haver necessidade de votar o caso no Senado.