José Antônio Severo – Blog Os Divergentes
Começou a briga pelo espólio de Lula. De
uma pesquisa qualitativa que está guardada a sete chaves vazou uma
informação valiosa: no Nordeste, em qualquer cidade, o ex-presidente
arranca no mínimo de 50 por cento. Entretanto, agora vem a bomba: se não
for candidato sua votação se dilui entre muitos, citando-se Luciano
Huck, Marina Silva, João Doria, Ciro Gomes (mais ou menos nesta linha),
mas, pasmem, para Jair Bolsonaro, em segundo lugar em muitos casos como
herdeiro do capital eleitoral de seu arquiadversário.
Com essa notícia, o partido político
Democratas (DEM) virou seu foco para o apresentador Luciano Huck,
abandonando a hipótese de João Dória como cabeça de chapa para a
presidência no ano que vem . Está correndo a chama como num rastilho
inflamado, indo para o barril de pólvora.
A reviravolta do DEM paulista deixa o
prefeito sem alternativa fora do PSDB, pois o antigo Partido da Frente
Liberal decidiu que não abandonará a aliança com o partido de Geraldo
Alckmin pela ilusão de uma aliança populista de tiro curto. Na avaliação
das lideranças do DEM a imagem e a pré-candidatura do prefeito de São
Paulo estão em fase de desidratação. Melhor apostar no apresentador da
Rede Globo.
O grande chamariz para alternativa é que
o resultado de uma pesquisa qualitativa realizada no Nordeste pode se
repetir, em maior ou menor dose, nas demais regiões do País. Ao
contrário das conclusões dos cientistas políticos em geral, se Lula sair
do páreo não vai transferir votos. Lula é um candidato fortíssimo com
sua própria cara. Entretanto não repetirá as façanhas de eleger postes,
como um 2010 e 1014. Com isto derruba a tese de que inelegível ou preso
será maior eleitor do que disputando diretamente
Fora da disputa, seu eleitorado
dilui-se. A se confirmar, acende-se o farol vermelho na encruzilhada.
Com isto, os partidos sem candidatos avançam sobre os nomes que estão na
praça, como Huck que, segundo se diz, tem 45 milhões de seguidores nas
redes sociais.
O grande problema é a alta concentração
de candidatos paulistas. Isto dificulta a formação de chapas fortes e
equilibradas, pois presidente e vice do mesmo estado é uma fórmula a ser
testada, mas que os especialistas dizem que não vai funcionar. Alckmin e
Huck, ou Huck e Dória. Há espaço para a amazônida Marina e o nordestino
Ciro. Com isto conta um nome que se não é cabeça de chapa pode entrar
na vice. As cartas ainda estão embaralhadas.