Com o início da tramitação de denúncia por organização criminosa e obstrução judicial, o presidente Michel Temer mobilizou ministros, assessores e deputados para uma operação salva-mandato. Na tentativa de barrar acusação contra ele,
o peemedebista discute o remanejamento em cargos de segundo e terceiro
escalões, a liberação de emendas parlamentares e trocas na CCJ (Comissão
de Constituição e Justiça).
A
ameaça de rebelião dos partidos do chamado centrão, contudo, tem
colocado em risco a estratégia do presidente, que abriu o gabinete
presidencial para receber parlamentares de siglas como PR, PSD, PP e
PTB.Os
partidos têm reivindicado mais espaço na Esplanada dos Ministérios,
como o controle do Ministério das Cidades e a Secretaria de Governo. Até
o momento, contudo, o presidente tem resistido a cedê-los.
Nesta
quarta-feira (27), o presidente da CCJ, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG),
disse que fará a tramitação conjunta da denúncia, com apenas um relator,
contra o presidente e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e
Moreira Franco (Secretaria-Geral).
A
escolha era a desejada pelo Palácio do Planalto, que avaliava o risco
de que, em uma tramitação fatiada, pelo menos um dos ministros acabasse
afastado, o que poderia agravar a crise política.
Partidos
da oposição e do centrão, no entanto, ameaçam aprovar nesta quinta (28)
o fatiamento. O objetivo é aumentar o poder de barganha das siglas
governistas em relação a emendas e cargos.