O
ex-governador do Estado do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, foi condenado
a 45 anos e 2 meses de prisão além de multa na noite desta quarta-feira
(20). Ele estava sendo investigado no âmbito da Operação Calicute, um
dos desdobramentos da Lava Jato, e foi acusado por corrupção passiva,
lavagem de dinheiro e organização criminosa.
De
acordo com a denúncia da operação, o esquema era de desvio de dinheiro
de contratos do governo do Rio com empreiteiras. Além de Sérgio Cabral ,
a sentença proferida pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal
Criminal também condenou outros 11 participantes do esquema. A esposa do
ex-governador, Adriana Ancelmo, recebeu a sentença de 18 anos e três
meses de reclusão.
Cabral
é o chamado de "idealizador do gigante esquema criminoso
institucionalizado no âmbito do Governo do Estado do Rio de Janeiro, era
o chefe da organização, cabendo-lhe essencialmente solicitar propina às
empreiteiras que desejavam contratar com o Estado do Rio de Janeiro, em
especial a Andrade Gutierrez, e dirigir os demais membros da
organização no sentido de promover a lavagem do dinheiro ilícito",
conforme escreveu Bretas na sentença.
O
juiz também acrescentou ao documento que o ex-governador solicitou a
Rogério Nora, presidente da Andrade Gutierrez, o pagamento de propina,
para que a empreiteira firmasse contrato com o Estado do Rio de Janeiro,
em reunião realizada no início de 2007, na casa de Cabral. A
solicitação havia sido reforçada em outra reunião, dessa vez realizada
no Palácio Guanabara.
Primeira condenação
Essa
não é a primeira vez que Sérgio Cabral é condenado. Ele também já havia
recebido a sentença de 14 anos e dois meses por corrupção e lavagem de
dinheiro pelo juiz Sérgio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato
em primeira instância. A Justiça constatou que ele recebeu propina de
empreiteiras. De acordo com a Procuradoria, o dinheiro havia sido
desviado do contrato de terraplanagem nas obras do Comperj.