Blog do Camarotti
A forte reação do Senado à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF)
de afastar do mandato o tucano Aécio Neves (PSDB-MG) tem um componente
suprapartidário que leva em conta uma estratégia de auto sobrevivência
dos senadores.
Há o temor de um “efeito dominó”, ou seja, de que outros investigados
da operação Lava Jato também sejam atingidos no futuro por decisão
semelhante à da Primeira Turma do STF.
Um grupo do Senado avalia que foi um erro, por exemplo, a Casa ter
mantido, no fim de 2015, a prisão do então líder do governo Delcídio do
Amaral (PT-SP), que foi preso por decisão da segunda turma do STF.
Na ocasião, o então presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL)
tentou articular uma reação para evitar a criação de um precedente.
Ao Blog, um senador investigado pela Lava Jato comentou, em tom de
espanto, a decisão de afastamento de Aécio. “Se fazem isso com o
presidente do PSDB, podem fazer com qualquer outro”, disse.