Foto: Lucas Figueiredo / CBF
A Seleção Brasileira é construída com base no legado que todos os
técnicos deixaram, avaliou nesta sexta-feira (15) o técnico Tite. Em
entrevista coletiva, um repórter questionou sobre o momento de otimismo
que o grupo vive depois do “trauma” da última Copa do Mundo. Para Tite, a
situação atual da seleção é “uma construção”.
“Ela é diária, a cada treinamento, a cada convocação, cada estudo que
a gente faz, cada conversa com técnico, assim como é inevitável o
legado que cada técnico passa para o outro”, defendeu.
Segundo ele, o foco é não estagnar, mas buscar um trabalho “de alto
nível”. “Há um legado da base da equipe de 2014. Porque se pega sempre
um legado de construção de técnicos anteriores. Foi assim como o Mano,
[que] foi conosco pra Olimpíada”, completou.
Nesta sexta, foi divulgada a lista de 24 convocados para os próximos
jogos da Seleção Brasileira pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo de
2018 (confira aqui). Líder da competição e já classificado, o Brasil
enfrenta a Bolívia no dia 5 de outubro, na cidade de La Paz, e faz a sua
última partida qualificatória contra o Chile, no Allianz Parque, em São
Paulo, no dia 10 de outubro. O técnico da seleção admitiu que a lista
original tinha 32 nomes e que foram buscado critérios que apontassem
características que o grupo precisa nesse momento.
“Se dependesse de mim, eu teria uma série de outros atletas para que
eu pudesse disponibilizar. Estaria aqui outros, mas não dá, eu tenho que
encarar isso”, apontou.
Questionado se o grupo anunciado hoje possui os melhores disponíveis
ou se será feito um teste com alguns nomes, ele explicou que tem
aproveitado as partidas para “formar conceitos”. "São oportunidades para
abrir aquele leque que o tempo me permite, sem ser aquele 'tira e
bota'. Mas todos têm possibilidades reais, inclusive aqueles que não
foram convocados estão em altíssimo nível. A resposta é: não estão
assegurados nem os que vieram nem os que ficaram de fora”, garantiu.
Uma jornalista também perguntou sobre a troca de capitães – até o
momento, já foram colocados 11 jogadores nesta posição –, que poderia
causar um “problema” caso o grupo vencesse a Copa do Mundo 2018. “Quem
vai levantar a taça?”, questionou a repórter. "Problemão bom esse,
ein?”, brincou Tite, antes de explicar a situação: "Problemão bom esse
ein? O que eu procuro fazer? A ideia, a gente pode concordar ou
discordar. Eu não quero ser bonzinho com ninguém. Mas aprendi que
liderança tem uma série de aspectos que credenciam: capacidade de
comunicação, tática, de entendimento do jogo, comportamental como
exemplo, técnica. E nem todos tem todas essas qualidades. Elas se
complementam. Então eu tento desenvolver isso. Não é simplesmente a
faixa. É de mentalmente um cara forte, no momento em que for provocado,
pensar em jogar e na sua equipe. Vou guardar essa pergunta final pra até
o final da Copa".