Em
sua última sessão no Supremo Tribunal Federal, nesta quinta-feira (14),
o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, reagiu à alfineta
desferida horas antes pelo ministro Gilmar Mendes.
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral e ministro do STF afirmou que "que saiba morrer quem viver não soube.
Janot
devolveu a provocação, depois de falar sobre os ataques que sofreu:
"Mas tudo isso já encontra-se no passado. Os mortos, então, deixai-os a
seus próprios cuidados".
Mendes não estava no plenário do tribunal para testemunhar o discurso final do desafeto.
"As
páginas da história certamente hão de contar com isenção e verdade o
lado que cada um escolheu para travar sua batalha pessoal nesse
processo", disse.
CONVULSÃO
Janot afirmou que o Brasil "convulsiona no processo curativo do combate à corrupção".
"O
Brasil, tal qual paciente submetido a gravoso tratamento, convulsiona
no processo curativo do combate à corrupção", disse Janot, que afirmou
que a "imagem que se revelou da nossa organização política é pungente".
Ele
também afirmou ter sofrido ataques durante sua trajetória no comando do
Ministério Público ("que não poucas vezes pareceu inglória") que os
considerava esperados. "Saberia que haveria um custo por enfrentar o
modelo político corrupto e produtor de corrupção cimentado por anos de
impunidade."
Com
tom de despedida, Janot afirmou que o STF tem "desempenhado papel de
esteio da estabilidade institucional e democrática" durante a crise
política.
Pouco antes da fala, ele enviou ao tribunal
a segunda denúncia contra o presidente Michel Temer. Os delatores da
JBS Joesley Batista e Ricardo Saud também foram denunciados, bem como os
peemedebistas Geddel Vieira Lima, Eduardo Cunha, Henrique Eduardo
Alves, Eliseu Padilha e Moreira Franco.